Estou trazendo a baila novamente esse artigo pelo tanto que tocou e despertou algumas pessoas.
A todo instante estamos sujeitos a golpes... Até aí nada
de mais... O que faz a diferença, a grande diferença, é como lidamos com eles.
Então eu pergunto: de quem é a dor maior? De quem se descabela se desorienta,
se fragiliza, veste o papel de vítima, inspira cuidados e piedade? Ou de quem
segura à onda? Ou ainda daquele que, como uma árvore, morre de pé, que reza sua
dor em silêncio, que briga com todas as tensões e encara o rosto feio das
mágoas para, num esforço sobre-humano, tentar seguir em frente sem fazer
alardes, sem insistências vãs, sem se tornar um peso pra quem quer que seja?
Deixo essa questão no ar... O sibilante choro dos 'ingênuos' ou a discreta
contenção dos 'fortes'? Seria o frágil tão frágil e o forte tão forte? Muitas
vezes, é justamente o inverso, e é preciso relativizar.
Já estive nos dois lados. No começo dessa estrada, fiz
barulho, gritei, chorei e apelei, inconformada com a vida... Afinal, aprendi a
rezar as avessas, minhas preces eram repletas de memórias de pobre coitada que
dizia: Deus, estou sofrendo, eu juro que se você me ajudar eu vou melhorar,
nunca mais vou pecar e blá-blá-blá. E, enquanto duelava comigo e com o mundo,
achando que não suportaria golpes e perdas, a dor ia se dissipando, sem que eu
percebesse, até sumir por completo... Esse é o efeito após as tempestades,
todas as tempestades... Lembram daquela frase: “Tudo passa, isso também passa.”
Acredito que devemos ser um pouco mais drásticos que o autor, Chico Xavier, e
grudar no espelho. Passado algum tempo, a
maioria nem lembra mais das tão dramáticas contusões, ou o porque de
determinadas desavenças... Seguir adiante é o que estanca as hemorragias e cura
as feridas. Que venham os próximos golpes! Se serão mais fortes e devastadores
ou apenas um sopro no cangote, depende de nós, daquela nossa parte 100%
responsáveis que coloca refletor em nossa consciência. Com nossa predisposição
natural a superação passamos a achar feio nossos desassossegos, nossas reações
intempestivas, primárias e estridentes. Ainda que possamos lucrar algo com
elas, nada acontece pelo que verdadeiramente somos, pelo fluxo natural da vida,
mas pela pressão, pelo pieguismo, pelo cansaço, e muitas vezes pelo desconforto
que causamos no outro.
Reaprendemos a não desmontar, não despencar, não desarrumar
os cabelos, não borrar a maquiagem, não esquecer das outras peças da
engrenagem, por mais lacerante que seja uma determinada situação. Não que os
'memoriados egos' confessos sejam seres desprezíveis, mas é que o tempo passa,
e no fundo, ego não perdoa... Fraquezas todos temos, crenças todos temos ou não seríamos humanos,
o que fazemos com ela é que determina que parte do tempo estamos vivendo.
Passado, presente ou futuro. A vida
“real” se vive apenas no presente... O futuro é ilusório e o passado uma lembrança...
Aos que não querem pagar o preço de vivenciar o agora de maneira consciente,
não resta outra escolha senão se armar de uma pseudo-fortaleza e mentiras. E
aí, além de sofrerem as dores lancinantes de golpes, perdas ou danos, ainda
carregarão o peso da inconsciência. E como dói não poder deixar ir! Como dói
não berrar a nossa dor, neutralizar nossos espasmos, se entregar a luz e
regressar para nosso EU real.
Como é pungente, naqueles que sabem abrir mão não ter dor
e não despencar. Enquanto egos somos patéticos equilibristas que morrem de pé,
apenas por não nos permitir ...
Beijos de luz a todos!
Andréa Palermo
A todo instante estamos sujeitos a golpes... Até aí nada
de mais... O que faz a diferença, a grande diferença, é como lidamos com eles.
Então eu pergunto: de quem é a dor maior? De quem se descabela se desorienta,
se fragiliza, veste o papel de vítima, inspira cuidados e piedade? Ou de quem
segura à onda? Ou ainda daquele que, como uma árvore, morre de pé, que reza sua
dor em silêncio, que briga com todas as tensões e encara o rosto feio das
mágoas para, num esforço sobre-humano, tentar seguir em frente sem fazer
alardes, sem insistências vãs, sem se tornar um peso pra quem quer que seja?
Deixo essa questão no ar... O sibilante choro dos 'ingênuos' ou a discreta
contenção dos 'fortes'? Seria o frágil tão frágil e o forte tão forte? Muitas
vezes, é justamente o inverso, e é preciso relativizar.
Já estive nos dois lados. No começo dessa estrada, fiz
barulho, gritei, chorei e apelei, inconformada com a vida... Afinal, aprendi a
rezar as avessas, minhas preces eram repletas de memórias de pobre coitada que
dizia: Deus, estou sofrendo, eu juro que se você me ajudar eu vou melhorar,
nunca mais vou pecar e blá-blá-blá. E, enquanto duelava comigo e com o mundo,
achando que não suportaria golpes e perdas, a dor ia se dissipando, sem que eu
percebesse, até sumir por completo... Esse é o efeito após as tempestades,
todas as tempestades... Lembram daquela frase: “Tudo passa, isso também passa.”
Acredito que devemos ser um pouco mais drásticos que o autor, Chico Xavier, e
grudar no espelho. Passado algum tempo, a
maioria nem lembra mais das tão dramáticas contusões, ou o porque de
determinadas desavenças... Seguir adiante é o que estanca as hemorragias e cura
as feridas. Que venham os próximos golpes! Se serão mais fortes e devastadores
ou apenas um sopro no cangote, depende de nós, daquela nossa parte 100%
responsáveis que coloca refletor em nossa consciência. Com nossa predisposição
natural a superação passamos a achar feio nossos desassossegos, nossas reações
intempestivas, primárias e estridentes. Ainda que possamos lucrar algo com
elas, nada acontece pelo que verdadeiramente somos, pelo fluxo natural da vida,
mas pela pressão, pelo pieguismo, pelo cansaço, e muitas vezes pelo desconforto
que causamos no outro.
Reaprendemos a não desmontar, não despencar, não desarrumar
os cabelos, não borrar a maquiagem, não esquecer das outras peças da
engrenagem, por mais lacerante que seja uma determinada situação. Não que os
'memoriados egos' confessos sejam seres desprezíveis, mas é que o tempo passa,
e no fundo, ego não perdoa... Fraquezas todos temos, crenças todos temos ou não seríamos humanos,
o que fazemos com ela é que determina que parte do tempo estamos vivendo.
Passado, presente ou futuro. A vida
“real” se vive apenas no presente... O futuro é ilusório e o passado uma lembrança...
Aos que não querem pagar o preço de vivenciar o agora de maneira consciente,
não resta outra escolha senão se armar de uma pseudo-fortaleza e mentiras. E
aí, além de sofrerem as dores lancinantes de golpes, perdas ou danos, ainda
carregarão o peso da inconsciência. E como dói não poder deixar ir! Como dói
não berrar a nossa dor, neutralizar nossos espasmos, se entregar a luz e
regressar para nosso EU real.
Como é pungente, naqueles que sabem abrir mão não ter dor
e não despencar. Enquanto egos somos patéticos equilibristas que morrem de pé,
apenas por não nos permitir ...
Beijos de luz a todos!
Andréa Palermo