Na sessão virtual Ho'oponopono eu falei que fazia uma restrição ao personagem dos anos 60 e 80 repaginado para uma nova audiência como "Osho".
A história para situar vocês:
Chandra Mohan Jain era um professor de filosofia que se transformou em guru palestrante na Índia com o nome de Acharya ("Mestre Iluminado") Rajneesh. A partir dos anos sessenta ele pediu aos seus discípulos que o chamassem de Bhagwan Shree Rajneesh* - e nos anos setenta começou uma intensa divulgação de sua persona, e seus ensinos, através de livros, palestras e vídeos - que foi quando eu tive contato com essa literatura e material enquanto residindo em Nova York. Antes sabia de sua existência através de uma tia em Porto Alegre, professora de Yoga e uma das primeiras "sannyasins" no Brasil.
Por ser um "autor" (na realidade nunca escreveu - seus textos são todos transcrições de palestras) eclético, me trouxe muita informação que me conduziu a buscar nas origens os pensadores daqueles conceitos que ele interpretava nos livros e palestras que assisti. E foi ao me aprofundar em materiais do G. I. Gurdjieff
que comecei a ver as discrepâncias, invenção de coisas nunca ditas e muitas vezes desinformação dos livros do Rajneesh. É compreensível que na sua maneira espontânea de palestrar e no calor do momento ele tenha expressado extemporaneamente "meias-verdades".
Mas o fato é que muitas vezes ele misrepresentava os ensinamentos de sábios de outras épocas se colocando acima deles, dando a impressão de ser ele mais iluminado, mais original - só que o seu pensamento não era original de jeito e maneira nenhuma. Esta é a minha restrição - a partir dessa constatação preferi me atentar aos originais e não ao que pode se considerar como o "super mercado de filosofia/psicologia pop". Sim, é subjetivo o que escrevo aqui, mas estou opinando em cima de minha experiência e sou grato porque a partir daquela leitura, daquele primeiro contato com Bhagwan Shree Rajneesh eu pude vivenciar mais e mais coisas maravilhosas nisso que foi minha "busca espiritual".
A repaginação do Bhagwan Shree Rajneesh como "Osho" se deve ao fato que ao se mudar para os EUA nos anos 80 e se envolver em diversos tipos de escândalos, ele retornou à Índia, mudando de nome para melhorar sua imagem pública perante uma nova audiência. Hoje em dia, mesmo sem o indivíduo estar presente neste planeta (faleceu em 1990), "Osho" é uma máquina de marketing faturando milhões de dólares mundialmente. Mais de 5,000 palestras gravadas são re-editadas como DVDs, CDs, livros, etc. e apresentadas para um novo mercado. Esse fenômeno de marketing ocorre com outro auto-proclamado "homem deus", o falecido em 2011 Sathya Sai Baba, cujos escândalos de pedofilia e abuso de crianças e adolescentes eram abafados em função das enormes quantidades de dinheiro que circulava, e suas obras de caridade.
http://www.saibaba-x.org.uk/
Uns anos atrás respondi à uma postagem na comunidade A Proposta
com um pensamento que sintetiza meu ponto de vista sobre gurus, 'mestres' (ascencionados ou não), 'canalizadores', avatares e afins:
Duvida
Gostaria de saber se o Metodo Sedona atinge o mesmo objetivo do Ho'oponopono, pois ele solta memórias emocionais também.
Paulo S.
Sim. Há vários métodos que visam o mesmo objetivo, e há pessoas divulgando orientações de como se proceder com uma atitude de presença no Presente para lidar com 'memórias emocionais' (Eckart Tolle, Marianne Williamson, Neal Donald Walsh). E isso faz você vibrar de uma determinada maneira que faz se apresentar para você a "escola" que lhe é mais apropriada.
-
Hoje em dia, nessa nossa época, não é uma questão de "professor" se apresentando, e sim infraestruturas que lhe possibilitam se conectar com seu professor particular interior. Essa não é uma época de "gurus", "mestres" ou "avatares" - e se alguém se diz ser um, posso lhe garantir que logo mais na frente cai do pedestal.
-
Boa pergunta! Paz!
-
Para informações sobre Vivências e eventos Ho'oponopono: www.hooponopono.com.br
* "o abençoado que se reconhece como a encarnação de Deus"
Mais leitura: http://www.enlightened-spirituality.org/rajneesh.html
Sobre Sai Baba,
A história para situar vocês:
Chandra Mohan Jain era um professor de filosofia que se transformou em guru palestrante na Índia com o nome de Acharya ("Mestre Iluminado") Rajneesh. A partir dos anos sessenta ele pediu aos seus discípulos que o chamassem de Bhagwan Shree Rajneesh* - e nos anos setenta começou uma intensa divulgação de sua persona, e seus ensinos, através de livros, palestras e vídeos - que foi quando eu tive contato com essa literatura e material enquanto residindo em Nova York. Antes sabia de sua existência através de uma tia em Porto Alegre, professora de Yoga e uma das primeiras "sannyasins" no Brasil.
Por ser um "autor" (na realidade nunca escreveu - seus textos são todos transcrições de palestras) eclético, me trouxe muita informação que me conduziu a buscar nas origens os pensadores daqueles conceitos que ele interpretava nos livros e palestras que assisti. E foi ao me aprofundar em materiais do G. I. Gurdjieff
que comecei a ver as discrepâncias, invenção de coisas nunca ditas e muitas vezes desinformação dos livros do Rajneesh. É compreensível que na sua maneira espontânea de palestrar e no calor do momento ele tenha expressado extemporaneamente "meias-verdades".
Mas o fato é que muitas vezes ele misrepresentava os ensinamentos de sábios de outras épocas se colocando acima deles, dando a impressão de ser ele mais iluminado, mais original - só que o seu pensamento não era original de jeito e maneira nenhuma. Esta é a minha restrição - a partir dessa constatação preferi me atentar aos originais e não ao que pode se considerar como o "super mercado de filosofia/psicologia pop". Sim, é subjetivo o que escrevo aqui, mas estou opinando em cima de minha experiência e sou grato porque a partir daquela leitura, daquele primeiro contato com Bhagwan Shree Rajneesh eu pude vivenciar mais e mais coisas maravilhosas nisso que foi minha "busca espiritual".
A repaginação do Bhagwan Shree Rajneesh como "Osho" se deve ao fato que ao se mudar para os EUA nos anos 80 e se envolver em diversos tipos de escândalos, ele retornou à Índia, mudando de nome para melhorar sua imagem pública perante uma nova audiência. Hoje em dia, mesmo sem o indivíduo estar presente neste planeta (faleceu em 1990), "Osho" é uma máquina de marketing faturando milhões de dólares mundialmente. Mais de 5,000 palestras gravadas são re-editadas como DVDs, CDs, livros, etc. e apresentadas para um novo mercado. Esse fenômeno de marketing ocorre com outro auto-proclamado "homem deus", o falecido em 2011 Sathya Sai Baba, cujos escândalos de pedofilia e abuso de crianças e adolescentes eram abafados em função das enormes quantidades de dinheiro que circulava, e suas obras de caridade.
http://www.saibaba-x.org.uk/
Uns anos atrás respondi à uma postagem na comunidade A Proposta
com um pensamento que sintetiza meu ponto de vista sobre gurus, 'mestres' (ascencionados ou não), 'canalizadores', avatares e afins:
Duvida
Gostaria de saber se o Metodo Sedona atinge o mesmo objetivo do Ho'oponopono, pois ele solta memórias emocionais também.
Paulo S.
Sim. Há vários métodos que visam o mesmo objetivo, e há pessoas divulgando orientações de como se proceder com uma atitude de presença no Presente para lidar com 'memórias emocionais' (Eckart Tolle, Marianne Williamson, Neal Donald Walsh). E isso faz você vibrar de uma determinada maneira que faz se apresentar para você a "escola" que lhe é mais apropriada.
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Hoje em dia, nessa nossa época, não é uma questão de "professor" se apresentando, e sim infraestruturas que lhe possibilitam se conectar com seu professor particular interior. Essa não é uma época de "gurus", "mestres" ou "avatares" - e se alguém se diz ser um, posso lhe garantir que logo mais na frente cai do pedestal.
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Boa pergunta! Paz!
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Para informações sobre Vivências e eventos Ho'oponopono: www.hooponopono.com.br
* "o abençoado que se reconhece como a encarnação de Deus"
Mais leitura: http://www.enlightened-spirituality.org/rajneesh.html
Sobre Sai Baba,
Última edição por Al McAllister em Qua Set 11, 2019 9:43 pm, editado 10 vez(es)