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VAI PASSAR!

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1VAI PASSAR! Empty VAI PASSAR! Qui Mar 05, 2009 1:14 pm

Ametista

Ametista

Amigos: flower
vejam que entrevista interessante de uma monja sobre a IMPERMANÊNCIA; são conceitos retirados do budismo, mas como todas as filosofias tem ambos os lados, foquem apenas o que fizer sentido para você.
Bjos de Luz
Myrian



Monja Coen responde sobre a impermanência

P - Tudo na vida passa? Como podemos ter certeza disso?
MC - Respirando. A inspiração termina, a expiração termina.
Olhando à volta. Ouvindo os sons. Percebendo nossos pensamentos. Nada é fixo. Nada é permanente.

P - Qual é a idéia de impermanência no budismo?
MC - Não é uma idéia. É uma realização. É a experiência da vida, da morte. Não há um eu fixo e permanente.
"Tudo que começa, termina." (de Xaquiamuni Buda)
"Tudo que termina, começa." (de Monja Coen)

P - Dor é diferente de sofrimento? Qual a diferença?
MC - Não saberia dizer se dor é diferente de sofrimento.
São palavras que tentam apontar a um sentimento.
Existe dor física, dor psicológica, espiritual.
Existe sofrer dor Uma pontada de dor. Sofri com dor de dentes - alguma coisa simples assim.

P - Como podemos lidar com a angústia de que o que é "bom" passa e o que é "ruim" parece que nunca vai passar?
MC - Só apenas parece que nunca via passar, mas também passa.
o bom passa, o ruim passa.
Nossa percepção é que nos engana.
Buda diz que a "mente humana deve ser mais temida do que cobras venenosas e assaltantes vingadores"
Por isso nos sentamos em Zen, procuramos conhecer essa mente. Mas, quem procura conhecer a mente senão a própria mente?
Este é o processo fascinante que nos é dado como espécie humana. Sendo o que somos podemos compreender o que somos, quem somos. Muitos, entretanto, passam a vida (e a morte) sem saber. Que pena.


P - Por que, por mais que a gente tenha experiências de dor, quando vem uma nova dor a sensação é de que ela não vai passar?
MC - Porque dói. E doer não é agradável.
Então temos de nos lembrar de que é transitória a dor.
e podemos até mesmo apreciar essa desagradável experiência humana.
Vida é assim. Muitas vezes a dor nos torna melhores, pois aprendemos não só a suportá-la, mas a curá-la ou transcendê-la.
Na dor, seja a dor.
E a deixe ir.
Ainda é o seu ego, se exibindo "veja como sofro".
Deixe ir, deixe passar e sorria à vida.


P - Com o tempo, com o acúmulo de experiências de que a dor acaba passando, começamos a entender isso melhor?
MC - Não é preciso um acúmulo de experiências de sofrimento e dor pessoais.
Buda dizia que os seres humanos podem ser comparados a quatro tipos de cavalos.
O primeiro cavalo, ao ver a sombra do chicote, galopa.
Este seria o ser humano que ao ouvir sobre sofrimento e dor de seres desconhecidos, começa a apreciar sua vida.
O segundo cavalo, precisa ser chicoteado na pele para galopar.
É a pessoa que precisa sentir a dor ou o sofrimento de alguém conhecido (mas não muito íntimo) para começar a apreciar sua vida.
O terceiro cavalo precisa ser chicoteado até cortar o pêlo e penetrar a carne.
Alguém que só começa a apreciar a vida depois de perder ou sofrer muito com as dificuldades de alguém muito amado/a ou próxima/o.
O quarto cavalo só é capaz de galopar quando o chicote o fere até o osso.
Essas pessoas só conseguem apreciar a existência quando percebem que ela está quase a se acabar.
Que tipo de cavalo é você? Que tipo de cavalo você pode se tornar?


P - Saber que tudo tem o seu tempo é uma questão de maturidade? Como?
MC - Somos o tempo. Fazemos acontecer. Somos a vida da Terra. Não é uma atitude passiva, a maturidade.
Maturidade é adequação - fazer, pensar e agir de forma adequada e correta às circunstâncias. Uma criança é capaz de fazê-lo. Ás vezes uma pessoa idosa não consegue. Ser tempo. Existência tempo.


P - Também podemos dizer que tem a ver com aprender a viver o presente?
MC - É engraçado dizer que temos de aprender a viver o presente. Na verdade, tudo o que temos é o presente momento. Este instante que seus olhos batem nestas letras e elas mandam um impulso a seu cérebro, que compreende. Quantas coisas acontecem neste átimo de segundo. E dependendo de nossas opções no aqui e agora tudo pode ser diferente. Não é fascinante viver?


P - Como fazer para que a dor passe? Basta acolhê-la e aceitá-la?
MC - Na dor, somos a dor. Mas tomamos remédios, quer alopáticos quer homeopáticos.
Cuidamos da dor. Dor é importante pois nos mostra onde está o problema, a doença, a dificuldade. Então podemos procurar o caminho da cura, da solução.
Não é apenas viver sem dor. É vivenciar a dor e transformar cada instante em um isntante de paz.
paz ciente. Ciência da paz.


P - Podemos dizer que a dor dura apenas o tempo que ela é necessária em nossa vida? Podemos confiar nisso?
MC - Novamente repito. Ser Zen não é ser passiva ao mundo. É atividade não violenta. Tudo que nos acontece faz parte da tapeçaria de nossa vida, mas podemos escolher as cores e os desenhos, pois somos as linhas, as tramas, as agulhas. Podemos confiar em nós e na própria vida.


P - Costumamos ficar também apegados à dor?
MC - Sim. Há pessoas que se apegam á dor, que se viciam em ser vítimas, em precisar de cuidados. Algumas se viciam em remédios. Outras em bebidas, fumo. Somos facilmente enganados por nós mesmos. Por isso precisamos meditar, nos observar e perceber com clareza.

P - Poderíamos dizer que, muitas vezes, ela demora mais a passar por causa disso?
MC - Sim.

P - Qual a importância para a vida e para a nossa evolução aprendermos a lidar com a perda e a dor?
MC - Para encontrarmos caminhos de não violência ativa - para isso é imporante aprendermos a lidar com a perda e a dor.
Temos de sair do campo dos rancores, das raivas, das vinganças e entrar no campo das virtudes.
Recentemente o Presidente Obama, no dia de sua posse falou sobre isso em seu discurso.
Sofremos muito já no passado. Já houve muita dor, perda e tristezas. Agora estamos aqui. É hoje. O lugar de nosso despertar. Aqui e agora o momento da libertação. Não é o que todas queremos, ser livres?
Liberdade é responsabilidade. Não apenas por si mesma, mas por tudo que existe. Somos a vida da Terra. Estamos interconectadas com tudo que existe.
Cada uma de nós que se torna verdadeiramente livre e atuante no mundo para o bem de todos os seres fazcom que toda a humanidade sorria.
Vamos cultivar sorrisos, certezas, alegrias, esperanças e manter a força do Touro, a determinação e o foco para juntas criarmos um mundo cada vez melhor.
Cada obstáculo, dificuldade, perda é uma porta, uma entrada, uma possibilidade de mudança, um novo encontro.
Avante.
Caminhe.
Não apenas contando as dores e perdas, mas lembrando das alegrias e ganhos. Agradeça, encontre os caminhos da transformação e mais do que tudo:
Aprecie sua vida.

Mãos em prece
Monja Coen


P - Que tipo de aprendizado podemos tirar dos momentos difíceis e dessa sensação de que eles são intermináveis?
MC -Acho que já respondi esta sua pergunta na anterior.
mas percebemos que quando fazemos o que gostamos o tempo parece acaber rapidinho.
Quando a situação não é o que queremos parece demorar muito.
Se tirarmos o eu quero e eu não quero da frente e apenas experimentarmos cada instante como único e irrepetível - pode ser bem fascinante.
Sugestão da monja - zazen. Sentar-se em meditação silenciosa e observar o movimento da mente, o silêncio da mente e apreciar o instante, o agora.
Todos falam muito sobre isso. Entrentanto, quando digo agora, o agora já se foi. Então, voltamos para o já.
Se você tirar seus olhos desta revista e olhar para sua direita, a imagem desta página desaparecerá e seus olhos estarão percebendo algo diferente e novo. Percebe? Assim é com os sons, com os sentimentos, com sua pele, com todo seu ser. Aprenda a conhecer a si mesma, em intima profundidade e perceberá que os outros são seus semelhantes. Todos queremos ser amados, todos queremos ser incluidos, todos queremos ser felizes. Então cultive a felicidade, o amor, a inclusão e me diga se não é bom viver de bem com a vida. Fluindo com o fluir bom do bem.

gassho
mãos em prece
monja coen

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